sábado, 4 de fevereiro de 2012

Planta comum em matas ciliares de Manaus pode absorver metais pesados de áreas contaminadas.



 A orelha-de-elefante-gigante é uma planta que pode ser encontrada em matas ciliares de Manaus

A orelha-de-elefante-gigante é uma planta que pode ser encontrada em matas ciliares de Manaus 

A planta conhecida como orelha-de-elefante-gigante (Alocasia macrorhiza) tem potencial para absorver metais
 pesados de áreas contaminadas. A orelha-de-elefante-gigante pode ser encontrada nas matas ciliares de
 Manaus, embora não seja nativa da Amazônia.
Pesquisa realizada em solos de Manaus altamente contaminados por metais apontou que esta planta pode
 ser utilizada como biorremediadora.
A pesquisa foi conduzida entre 2008 e 2010 por Josias Coriolano de Freitas, da Universidade Federal
 do Amazonas (Ufam), e é fruto do trabalho de doutorado denominado “Avaliação da Alocasia macrorhiza 
como fitorremediadora dos metais Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn”.
A coleta das plantas foi realizada em áreas cujo nível de contaminação é elevado, como locais próximos aos
 igarapés da Universidade Luterana, no conjunto Atílio Andreazza, no Japiim, na Zona Sul; na Avenida Torquato 
Tapajós, no bairro Flores, na Zona Norte; no Conjunto Jardim de Versalles, no bairro Planalto, na Zona 
Centro-Oeste; no Posto Rodoviário de Manaus da Rodovia BR-174, quilômetro 7, e em uma área 
não impactada localizada na 
Ufam, no bairro Coroado, na Zona Leste.
O chumbo foi o metal que apresentou maior concentração na planta, seguido por cromo, cádmio, cobre, 
níquel e zinco, sequência que se repete nas partes (caule, folhas e raízes) analisadas da planta.
“O resultado permite afirmar que a Alocasia macrorhiza é uma planta promissora para ser usada na 
implantação de um programa de fitorremediação, pois ela é hiperacumuladora desses metais”, destacou.

Índice
Freitas disse que a ocorrência de metais pesados se deve ao processo de ocupação desordenada, 
resíduos industriais, principalmente, na estação seca, quando foram encontrados os maiores valores de 
concentração.
Ele destacou que, conforme levantamentos feitos em 2007, as concentrações dos metais pesados estavam 
acima dos valores permitidos pela Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
“Outras fontes comuns são os resíduos urbanos, pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes que contêm 
mercúrio (Hg), muitas tintas contêm chumbo, enquanto baterias de celular e plásticos coloridos contêm 
cádmio (Cd)”, pontuou.

Descontaminação
O pesquisador disse que o uso de plantas para a descontaminação do solo e da água contaminados 
por produtos químicos é utilizado há mais de três séculos e que fitorremediação alcançou importância 
mundial por ser uma tecnologia que extrai e/ou imobiliza contaminantes de origem orgânica e inorgânica.
O pesquisador explicou que a planta não prioriza uma região para acumular metais. Ou seja, ao ser 
absorvido pelas raízes, as substâncias se distribuem por toda a planta.
Acredita-se que a fisiologia e/ou o mecanismo molecular de transporte facilita a distribuição dos metais.
 Plantas com essa característica são conhecidas como exclusoras. Significa que a concentração do metal 
nos tecidos é mantida constante até um determinado nível.
Plantas exclusoras, normalmente, são capazes de tolerar grandes quantidades de metais pesados em
 tecidos, além de ser tolerantes a múltiplos metais.
Segundo Freitas, todos os metais foram absorvidos da mesma forma independentemente do local
 (impacto e não impactado). Todas as concentrações encontradas dos metais Pb, Cr, Cd, Cu e Ni
 estavam acima dos limites normais de absorção de uma planta, apenas o Zn permaneceu no limite.
A pesquisa foi realizada por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas 
(FAPEAM), via Programa RH Posgrad.

Com informações da assessoria de comunicação da Fapeam


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