Bases de dados de DNA são recursos altamente protegidos. Como contêm a impressão digital detalhada dos indivíduos, podem ser usadas para identificar uma pessoa. Esse recurso é aplicado em casos de predisposição genética para o câncer e testes de paternidade, e até históricos de criminosos. Mas, a partir de outros estudos sobre o genoma, começaram a se formar as bases de dados de RNA, que também podem ser usadas para revelar a identidade de uma pessoa. Estas bases de dados contêm a informação genética de milhares de indivíduos ao redor do mundo, e estão publicadas em revistas e disponíveis ao público.
Pesquisadores argumentam que, a partir dessas conclusões, os cientistas poderiam usar RNA e outros dados pessoais profundos para ajudar a melhorar a saúde dos pacientes. Mas também levanta algumas questões sobre a privacidade genômica.
Um estudo conduzido na Mount Sinai School of Medicine, em Nova Iorque (EUA), modifica o processo de detecção de RNA. Os pesquisadores Eric E. Schadt e Ke Hao descobriram como identificar o DNA de uma pessoa usando apenas dados de RNA, em oposição à maioria dos estudos que utilizam sequências de DNA para determinar a informação genética de RNA.
Procedimento
Os pesquisadores analisaram os níveis de RNA, que funciona como um mensageiro para a realização das instruções do DNA, em amostras de tecido do fígado que foram coletadas em dois estudos separados. Um estudo analisou amostras de doadores saudáveis de fígado, e o outro estudou pessoas que foram submetidas a cirurgias gástricas. A equipe do Mount Sinai olhou para os marcadores de expressão quantitativa (eQTLs), locais no genoma que regulam a expressão de determinadas proteínas ou RNAs. Eles usaram algoritmos que combinavam esses padrões eQTL a variações de bases do DNA. Os pesquisadores o descrevem como “ouvir uma sinfonia e deduzir quais são os instrumentos da orquestra, essencialmente desenrolando o processo de desenvolvimento para rastrear amostras de tecido de volta ao RNA e ao gene que o instruiu.”
Com essa conclusão sobre o DNA, há, teoricamente, uma possibilidade de usar os níveis de RNA para corresponder a um indivíduo com uma amostra de DNA obtida de forma independente – como a digitalização de um código de barras para ver se dois itens correspondem. “O DNA coletado na cena do crime poderia ser genotipado e os investigadores poderiam vincular potencialmente os indivíduos desconhecidos na cena do crime com os indivíduos que participaram de um estudo especial”, escreveram os pesquisadores.
Os pesquisadores analisaram os níveis de RNA, que funciona como um mensageiro para a realização das instruções do DNA, em amostras de tecido do fígado que foram coletadas em dois estudos separados. Um estudo analisou amostras de doadores saudáveis de fígado, e o outro estudou pessoas que foram submetidas a cirurgias gástricas. A equipe do Mount Sinai olhou para os marcadores de expressão quantitativa (eQTLs), locais no genoma que regulam a expressão de determinadas proteínas ou RNAs. Eles usaram algoritmos que combinavam esses padrões eQTL a variações de bases do DNA. Os pesquisadores o descrevem como “ouvir uma sinfonia e deduzir quais são os instrumentos da orquestra, essencialmente desenrolando o processo de desenvolvimento para rastrear amostras de tecido de volta ao RNA e ao gene que o instruiu.”
Com essa conclusão sobre o DNA, há, teoricamente, uma possibilidade de usar os níveis de RNA para corresponder a um indivíduo com uma amostra de DNA obtida de forma independente – como a digitalização de um código de barras para ver se dois itens correspondem. “O DNA coletado na cena do crime poderia ser genotipado e os investigadores poderiam vincular potencialmente os indivíduos desconhecidos na cena do crime com os indivíduos que participaram de um estudo especial”, escreveram os pesquisadores.
Privacidade
Essa descoberta chama a atenção para a questão da privacidade – se você estiver prestes a realizar uma cirurgia e nunca teve seu DNA incluído num banco de dados de criminosos, as autoridades podem ter a permissão de rastrear você através de seu histórico médico? E, sobre a obtenção de autorizações para essa informação, quando isso é tecnicamente de domínio público? Um comunicado emitido pela equipe de notícias da Mount Sinai diz que a privacidade médica pode estar chegando ao fim.
Essa descoberta chama a atenção para a questão da privacidade – se você estiver prestes a realizar uma cirurgia e nunca teve seu DNA incluído num banco de dados de criminosos, as autoridades podem ter a permissão de rastrear você através de seu histórico médico? E, sobre a obtenção de autorizações para essa informação, quando isso é tecnicamente de domínio público? Um comunicado emitido pela equipe de notícias da Mount Sinai diz que a privacidade médica pode estar chegando ao fim.
“Ao invés de desenvolver formas de continuar a proteger a privacidade de alguém dada a capacidade de coletar informação sobre esse indivíduo, estaríamos melhor servidos por uma sociedade que aceita o fato de que novos tipos de dados refletem profundamente sobre quem somos “, disse Schadt. “Precisamos aceitar a realidade de que é difícil (se não impossível) proteger informações pessoais de outras pessoas. É semelhante a tentar proteger a privacidade quando você aparecer num local público.”
A pesquisa foi publicada na edição online da Nature Genetics.
Texto: Rebecca Boyle
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