Sem dinheiro para ir a uma das maiores competições de biologia sintética
do mundo, a iGEM (Competição Internacional de Máquinas Geneticamente
Modificadas, em inglês), que acontece nos EUA, a equipe decidiu apelar
para o "crowdfunding" (uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro).
Simon Plestenjak/Folhapress | ||||||
Equipe de biologia sintética da USP usou "vaquinha" na internet para obter dinheiro para competição no exterior |
Em pouco mais de um mês, eles conseguiram quase US$ 3.000 para custear a
inscrição da equipe no evento. E a maior parte das doações veio de
pessoas sem nenhum contato com o grupo.
"O 'crowdfunding' é meio que uma nova versão da rifa para arrecadar
dinheiro", brinca Carlos Hotta, professor do Instituto de Química e
líder da equipe brasileira na competição. Foi dele a ideia de usar a
ferramenta para financiar o projeto.
"A maior inspiração foi o desespero. Nosso plano A, que era conseguir
dinheiro com empresas, não deu certo. Tivemos de buscar alternativas",
explica Hotta.
SEM BUROCRACIA
Segundo ele, o "crowdfunding" foi também uma boa opção para lidar com um
problema burocrático. Apesar de seu caráter de pesquisa e
desenvolvimento científico, a iGEM é uma competição, uma modalidade que,
ao contrário de congressos e simpósios, não está descrita nos editais
de pesquisa e outras regras das universidades.
O grupo usou o site RocketHub, o qual, embora não seja exclusivo para ciência, tem vários projetos da área.
"Nas primeiras duas semanas, as doações eram só de conhecidos. Foi
quando nós fizemos o vídeo que as contribuições dispararam", explica
Otto Heringer, estudante de química, membro da equipe e autor do roteiro
engraçadinho do filme, que se espalhou pela USP.
E ter um bom vídeo de apresentação é considerado um do trunfos de quem
busca financiamento. Os próprios sites recomendam caprichar nesse
quesito.
NOVO DESAFIO
Mas, apesar do sucesso da iniciativa, o desafio da equipe --um projeto
multidisciplinar que reúne professores e alunos de graduação e pós em
várias áreas-- ainda não acabou.
Agora, eles precisam de dinheiro para pagar as passagens e a estadia das
pessoas na competição, que será dividida em duas etapas: uma regional
classificatória na Colômbia e outra geral nos EUA.
A equipe quer apresentar projetos como uma espécie de tela touchscreen
feita com bactérias e uma rede de comunicação também com bactéria.
Fonte: Folha
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