O ex-astronauta americano comentou detalhes da viagem à Lua em entrevista a entidade da Austrália
O primeiro homem a ir à Lua, o
célebre Neil Armstrong, que pousou sobre o satélite natural com a Apollo
11 em julho de 1969, lamentou a decisão dos Estados Unidos de fazer
cortes no programa espacial americano.
Em uma rara entrevista, o americano falou com a
CPA Austrália, a associação de contadores do país, e disse que os cortes
no programa, anunciados pelo presidente americano, Barack Obama, em
2010, limitam as expectativas do país em uma área em que os EUA sempre
foram pioneiros.
"A Nasa (agência espacial americana)
é um dos investimentos públicos de maior sucesso na motivação dos
estudantes para que eles façam bem as coisas e alcancem tudo o que
puderem alcançar", disse o ex-astronauta.
Armstrong citou seu próprio exemplo, afirmando que, quando criança, os voos dos militares americanos o motivaram a se esforçar.
"É triste que estejamos levando o programa para
uma direção em que reduzimos a quantidade de motivação e estímulo que dá
aos jovens", afirmou.
A entrevista de Armstrong foi disponibilizada em
vídeo no site da CPA Austrália para marcar o aniversário de 125 anos da
instituição e causou surpresa na imprensa internacional.
O ex-astronauta de 82 anos não costuma conceder
entrevistas e sempre foi resistente em falar sobre a missão ao espaço
que o levou à fama em 1969.
Mas, talvez a razão de Armstrong ter falado com o diretor da CPA, Alex Malley, seja familiar.
"Eu sei de algo que a maioria das pessoas não
sabem a respeito de Neil Armstrong. O pai dele era contador", disse
Malley à imprensa australiana.
20 segundos
Armstrong disse na entrevista que não estava muito otimista em relação à sua missão à Lua.
"A diferença entre 20 minutos ali em cima (no
espaço) e ir à Lua, era algo muito além do que podíamos acreditar,
tecnicamente", disse o ex-astronauta comparando a missão da Apollo 11
com as missões anteriores da Nasa, na qual os astronautas chegaram ao
espaço e não ao satélite natural.
"Um mês antes da decolagem da Apollo 11,
decidimos que tínhamos confiança o bastante para tentar descer na
superfície (da Lua)", dise.
"Acredito que tínhamos uns 90% de possibilidades
de voltar a salvo à Terra, mas apenas 50% de aterrissar em uma primeira
tentativa. Havia muitas coisas desconhecidas nesta descida da órbita
lunar para a superfície, que não tinham sido demonstradas", lembrou o
ex-astronauta.
O momento do pouso na Lua foi tenso.
O ex-astronauta também comentou as teorias de conspiração de que a viagem nunca aconteceu
"Não era, absolutamente, um bom lugar (para o pouso)", disse.
"Peguei o controle manual e voei como em um helicóptero, em direção oeste, contou.
Armstrong revelou que o computador de bordo
indicou um lugar para o pouso que não era o melhor, pois estava ao lado
de uma cratera.
"Levei (a nave) para uma zona mais plana, sem
tantas rochas e encontrei uma área parecida e pude pousar ali antes que
ficássemos sem combustível. Tínhamos (combustível) apenas para mais 20
segundos."
Conspirações
Na entrevista, Armstrong também comentou o fato de que muitas pessoas ainda pensam que a viagem à Lua foi uma mentira.
"As pessoas gostam de teorias de conspiração, são muito atraentes", disse.
Mas o ex-astronauta conta que existe uma forma
de provar que eles chegaram à Lua e a prova está no próprio satélite
natural da Terra.
"(Os comentários) nunca foram uma preocupação
para mim porque em algum momento alguém voará de volta (para a Lua) e
encontrará a câmera que deixei lá em cima", diz o americano, citando
câmeras fotográficas que tiveram de ser deixadas para trás por excesso
de peso na nave no regresso à Terra.
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