Conhecido
como o pior acidente nuclear da história, e o único a receber classificação 7,
nível máximo na escala da Agência Internacional de Energia Atômica, a
catástrofe de Chernobyl ocorreu durante um teste de sistema no reator 4 da
central nuclear, perto da cidade de Pripyat, na antiga República Socialista
Soviética da Ucrânia.
No dia 26 de abril, uma
série de explosões liberou na atmosfera um volume de partículas radiotivas 400
vezes maior que o liberado pela bomba atômica de Hiroshima, no Japão, após a
Segunda Guerra Mundial. Cerca de 200.000 km² de terra foram contaminados. Um
relatório da ONU, lançado em 2005, estimou em 4 mil o número de pessoas mortas
"provavelmente de câncer" na Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia.
Mas estudos recentes
multiplicam por 10 os registros de óbitos e apontam centenas de anomalias
relacionadas à tragédia nuclear. Pripyat (foto), que foi construída para servir
de moradia para trabalhadores da usina de Chernobyl, agora não passa de uma
cidade fantasma.
Kyshtym, 1957
Após
a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética estava empenhada em alcançar o
poderio nuclear dos Estados Unidos. O governo contratou cientistas renomados
para trabalhar em um programa que deu origem a uma dúzia de usinas atômicas
pelo país, incluindo a construção da usina de Mayak, próxima à pequena cidade
de Kyshtym. Mas a pressa em erguer o projeto foi negligente em relação à
segurança.
No dia 29 de setembro, uma
falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos
nucleares causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material
radioativo. As partículas liberadas contaminaram a região de Mayak e cidades
próximas num raio de 800km. Como a cidade de Ozyorsk, sede da tragédia, não
integrava oficialmente o mapa soviético, o acidente nuclear ficou conhecido
como "O Desastre de Kyshtym", em referência à cidade vizinha.
Na ocasião, o governo russo
forçou a evacuação de 10 mil pessoas das áreas afetadas, privando-as de
explicações. Só uma semana depois, com o surgimento dos primeiros efeitos físicos
e anomalias, é que a população foi oficialmente informada sobre o acidente
nuclear. Estima-se que pelo menos 200 pessoas morreram de câncer em decorrência
da exposição à radiação.
Three Mile Island, 1979
O
maior acidente nuclear da história dos Estados Unidos, com nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares,
ocorreu na usina de Three Mile Island, perto de Harrisburg, capital da
Pensilvânia. Em 28 de março de 1979, uma pequena válvula foi aberta para
aliviar a pressão do reator nuclear, mas, por uma falha técnica, a válvula não
voltou a fechar e causou o vazamento de água fervente dentro do núcleo, já
superaquecido.
A fusão parcial na usina
conseguiu ser controlada e não causou mortes nem ferimentos entre os
trabalhadores ou membros das comunidades vizinhas, mas trouxe muitas mudanças
relativas à regulamentação das centrais nucleares e sistemas de segurança
capazes de responder a emergências
Windscale, 1957
Mas um acidente fruto da
negligência com a segurança, dessa vez no Reino Unido. Durante a corrida
armamentista nuclear, após a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra resolveu
construir uma bomba atômica o mais rápido possível, na cidade de Windscale.
O incidente ocorreu no dia
10 de outubro de 1957, com um incêndio no núcleo do reator britânico, que levou
ao vazamento de material radioativo para a atmosfera das regiões vizinhas.
Temendo manchar a imagem do seu programa nuclear, o governo inglês tentou
esconder o acidente, que teria causado mais de duas centenas de casos de câncer
entre as comunidades vizinhas ao incêndio.
Tokaimura, 1999
Sede da indústria nuclear
japonesa há mais de 60 anos, Tokaimura, a 140 km de Tóquio, foi palco de um dos
piores acidentes envolvendo usinas de energia atômica no Japão.
Em 30 de setembro de 1999,
funcionários de uma fábrica de reprocessamento de urânio usaram quantidades
excessivas do elemento metálico radioativo em um reator desativado há mais de
um ano. Mais de 600 pessoas foram expostas à radiação alta liberada após uma
reação nuclear descontrolada no reator
Bohunice, 1977
Classificado
como de grau 4, o acidente na usina de Bohunice, na Tchecoslováquia, então
parte da União Soviética, ocorreu no dia 22 de fevereiro de 1977. Após uma
mudança de combustível nuclear, alguns absorventes de umidade que cobrem as
barras de combustível não foram removidos corretamente.
Com
isso, a ação do gás refrigerante que atua na manutenção da temperatura do
reator foi afetada e o combustível sofreu um superaquecimento, que levou à
corrosão do reator.
Gases radioativos se espalharam por toda a área da usina.
Segundo a Aiea, não existem estimativas adequadas sobre feridos ou mortos
porque, na ocasião, o acidente teria sido encoberto pelo governo.
Goiânia, 1987
No Brasil, em 13 de
setembro 1987, um acidente radiológico envolveu o Césio-137, poluente tóxico
sem níveis seguros de exposição. Uma cápsula contendo o elemento foi encontrada
nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia e vendida a um ferro-velho
(foto).
A luminescência do césio
atraiu a atenção de moradores da região que o passaram de mão em mão. Mais de
800 pessoas foram contaminadas e pelo menos outras 200 morreram devido aos
efeitos da radiação
Submarino K-19, 1961
Apelidado
de "Fazedor de Viúvas", o K-19, primeiro submarino soviético a
carregar mísseis balísticos, estava em exercício no Atlântico Norte no dia 4 de
julho de 1961, quando uma falha no sistema de refrigeração aumentou a
temperatura do reator a ponto de ameaçar o derretimento do seu núcleo.
Para raparar o problema,
todos os 139 tripulantes, além do capitão, permaneceram a bordo, expostos à
radiação que vazava do compartimento do reator. O sacrifício dos marinheiros
impediu uma explosão nuclear semelhante à de Chernobyl.
Yucca Flat, 1970
Localizada
a 65 quilômetros de Las Vegas, Yuca Flat é uma das regiões de testes nucleares
do estado americano de Nevada.
No dia 18 de dezembro de
1970, um exercício de detonação de dispositivo de alta potência no subterrâneo
da região provocou rachaduras no solo e detritos radioativos escaparam para a
atmosfera. Oitenta e seis trabalhadores no local foram expostos a radiação
Mapa das usinas nucleares ao redor do mundo
Com toda essa cobertura em torno do possível vazamento radioativo nas usinas do Japão, toda a mídia do mundo acaba se voltando para discussões sobre esse tipo de produção de energia. No link acima tem um mapa interativo de todas as usinas do mundo, construídas, em construção, sua capacidade e sua produção elétrica.
Alguns dados desse mapa:
- Existem 442 reatores nucleares em 29 países.
- 65 usinas estão em construção.
- Os EUA tem 104.
- A França é o país mais dependente desta energia com 58 andares cobrindo 76% do consumo.
- Japão tem 54 reatores.
- Existem 442 reatores nucleares em 29 países.
- 65 usinas estão em construção.
- Os EUA tem 104.
- A França é o país mais dependente desta energia com 58 andares cobrindo 76% do consumo.
- Japão tem 54 reatores.
Fonte: FisikaRede
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