No futuro próximo, aparelhos terão tela transparente, controle pelo olhar, nitidez sem precedentes e sistema que adapta a imagem para quem tem problemas de visão
Juliana Tiraboschi
VISUAL CLEAN
Depois das telas cada vez mais finas, a transparência vira a nova aposta dos fabricantes
Depois das telas cada vez mais finas, a transparência vira a nova aposta dos fabricantes
Se
a tentação de trocar o televisor for grande, vale a pena esperar um
pouco. Nos próximos meses e anos, chegam ao mercado aparelhos com tela
transparente, totalmente conectados, controlados por meio do olhar e até
com dispositivos que adaptam a imagem a alguns tipos de deficiência
visual. Esse é o futuro prenunciado na última edição da IFA, tradicional
feira anual de eletrônicos em Berlim, encerrada na quarta-feira 5. Uma
das empresas que mais impressionaram os visitantes foi a chinesa Haier,
que apresentou a sua tevê de tela transparente.
O modelo não é
totalmente translúcido, como alguns conceitos desenvolvidos por
designers, mas representa um avanço na viabilidade comercial dessa
tecnologia. Para a companhia, talvez o aparelho faça uma escala no mundo
corporativo antes de entrar de vez na casa dos consumidores. Pode ser
usado em vitrines, por exemplo, para exibir imagens e informações no
vidro, ao mesmo tempo que deixa o consumidor visualizar os produtos
expostos atrás da tela. Outra novidade da Haier é o comando por olhar.
Vai ser possível mudar de canal, alterar o volume e consultar menus
apenas movendo os olhos. O sistema funciona com um sensor posicionado na
frente do usuário. Para selecionar a função desejada, basta olhar para
um ponto determinado na tela e piscar firmemente.
Enquanto
essas tecnologias ainda carecem de um pouco mais de pesquisa antes de
chegar ao consumidor final, outra já está disponível em lojas do
Hemisfério Norte. Trata-se das tevês de ultradefinição, chamadas 4K. As
telas têm 3.840 x 2.160 pixels de resolução, quatro vezes mais do que as
Full HD. A Toshiba já havia lançado uma tevê 4K de 55 polegadas, em
dezembro do ano passado. Agora, fabricantes como Sony e LG também
entraram na briga e apresentaram na IFA versões com impressionantes 84
polegadas. O preço também impressiona: vai de US$ 22 mil – ou quase R$
45 mil (LG) – a US$ 31 mil, o equivalente a R$ 63 mil (Sony).
TUDO AGORA
Tevê transforma celular em controle remoto e facilita interações
Mas
de nada adianta ter uma tevê de altíssima qualidade em casa e enxergar
tudo fora de foco. O cientista da computação brasileiro Vitor Pamplona
desenvolveu, junto com o Instituto de Informática da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e em parceria com a Universidade de Purdue e
o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), um sistema que
corrige as imagens automaticamente para quem tem algum desvio de visão,
como miopia ou hipermetropia (leia quadro). “Qualquer pessoa que usa
óculos já deve ter desejado uma tevê como essa”, diz Pamplona. Além dos
televisores, essa tecnologia pode, futuramente, ser aplicada a relógios,
celulares e painéis de carro.
Outra
tendência no mercado de televisores é a integração com outros
aparelhos. Segundo a empresa de entretenimento visual TP Vision,
parceira da Philips, “assistir à tevê é uma atividade passiva, mas
muitos espectadores querem dividir suas experiências nas redes sociais
ou acessar conteúdos adicionais enquanto assistem a um programa”. A
chave é conectar cada vez mais a tevê aos smartphones e tablets.
A
Philips já tem um aplicativo, o MyRemote, que transforma o celular em um
controle remoto para tevês da linha Smart. Com ele, é possível
transmitir imagens, vídeos e músicas dos dispositivos móveis para a
televisão em poucos cliques. Até o fim do ano a TP Vision vai lançar um
novo app para possibilitar a transferência de informação da tevê para o
tablet usando a função de “arrastar e soltar”, o que torna o processo
mais intuitivo.
CINEMA
Modelo 4K exibe imagens quatro vezes mais nítidas do que as tevês Full HD
Assim
como o cinema – que muitos consideraram que ela destruiria –, a
televisão terá uma vida longa. O esforço e as novidades mostradas pelos
fabricantes na feira alemã são uma aposta de que, por mais avançados que
sejam os dispositivos móveis, as vendas de televisores, e
consequentemente de sofás, estão garantidas por mais algumas décadas.
Foto: Adam Berry/Getty Images; Divulgação
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