Claridade ativa o olho, que aciona o cérebro e libera hormônio do estresse. Pesquisa foi feita em ratos, mas em humanos é semelhante, destaca autor.
Luz ativa área da retina que, por sua vez, aciona o
cérebro e libera cortisol (Foto: YouTube/Reprodução)
cérebro e libera cortisol (Foto: YouTube/Reprodução)
Uma exposição frequente à luz durante a noite pode favorecer a
depressão e causar problemas de aprendizagem e memória, conclui um
estudo feito pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA. A pesquisa foi
publicada na edição da revista "Nature" desta semana (veja o vídeo).
Essa interferência da luminosidade, segundo os autores, pode ser
desencadeada tanto por uma lâmpada acesa quanto por um computador
ligado. Com o atual ritmo de vida de muitas pessoas, que tendem a ficar
até de madrugada na internet ou trabalham por turnos, cresce a carga de
cortisol – o hormônio do estresse – liberada no corpo.
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O trabalho com roedores, coordenado pelo biólogo Samer Hattar,
demonstrou que células sensíveis à luz localizadas na retina – região no
fundo do olho onde as imagens são projetadas e traduzidas – se ativam
pela luz brilhante e prejudicam o centro do cérebro responsável pelo
humor, pelo aprendizado e pela memória, chamado sistema límbico.
Os animais foram submetidos a ciclos de 3,5 horas de luz e, em seguida, 3,5 horas de escuridão.
"É claro que você não pode pedir que os ratos digam como se sentem, mas
vimos um aumento no comportamento depressivo deles, incluindo a falta
de interesse por açúcar ou pela busca de prazer", diz.
As cobaias deprimidas também se movimentavam menos, não aprendiam mais
tão rapidamente nem se lembravam das tarefas. Além disso, esses ratos
não demonstravam interesse por novos objetos, em comparação com os
bichos que ficaram no escuro.
Segundo Hattar, os seres humanos têm esses mesmos receptores nos olhos,
o que faria com que os efeitos fossem muito semelhantes.
Até então, os cientistas já sabiam que dias mais curtos no inverno
podem desencadear nas pessoas uma forma de depressão conhecida como
"transtorno afetivo sazonal", que pode ser tratada com uma simples e
regular exposição à luz.
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