Serviço de localização foi criado para que país não dependesse dos EUA. Toda a região Ásia-Pacífico está com o sinal do Beidou.
Símbolo do serviço Beidou, o GPS chinês
(Foto: Divulgação)
O governo da China
lançou na região Ásia-Pacífico os serviços públicos e comerciais de seu
próprio sistema de navegação por satélite, projetado como um
concorrente do americano GPS (Sistema de Posicionamento Global).
O sistema Beidou ("Ursa Maior" em chinês), que utiliza atualmente uma
rede de 16 satélites de navegação e quatro experimentais, começou na
quinta-feira (27) a proporcionar serviços a civis em toda a região e, de
acordo com a imprensa estatal, deve oferecer cobertura global até 2020.
Em uma entrevista ao jornal "China Daily", Ran Chengqi, porta-voz do
Escritório Chinês de Navegação por Satélite, o desempenho do sistema é
comparável ao do GPS.
"Os sinais do Beidou já podem ser recebidos na Austrália", disse.
Esta é a mais recente conquista da China no setor de tecnologia
espacial. O país pretende construir uma estação espacial até o fim da
década e, eventualmente, enviar uma missão tripulada à Lua.
Para ampliar a rede de satélites chineses serão lançados mais 40
aparelhos ao espaço até 2024, segundo o porta-voz, o que permitiria
possuir uma cobertura mundial a partir de 2020.
A China considera o programa bilionário um símbolo de sua crescente
estatura global, do conhecimento científico e do êxito do Partido
Comunista.
O início do serviço comercial do sistema aconteceu um ano depois do
Beidou começar a enviar sinais de navegação limitados ao território
chinês. O país começou a construir a rede no ano 2000 para não depender
do GPS.
Segundo o jornal chinês "Global Times", "possuir um sistema de
navegação por satélite tem enorme significado estratégico". "A China tem
um mercado enorme, onde o Beidou pode beneficiar tanto civis quanto
militares", enquanto desenvolve um "sistema de navegação mundial que
pode competir com o GPS", completa o jornal, ligado ao Partido
Comunista.
No entanto, "podem surgir problemas no uso porque o Beidou é um sistema
novo. Os consumidores têm que ser tolerantes", acrescenta o diário.
Morris Jones, analista do setor que mora em Sydney, considera pouco
provável que o Beidou compita realmente com o GPS fora da China. "O GPS
está disponível gratuitamente, é de fácil acesso e muito conhecido, além
de testado no mundo inteiro", declarou à AFP.
Para Jones, a principal razão da China para desenvolver o Beidou é
proteger a segurança nacional, pois os Estados Unidos, que controlam o
GPS, teriam a possibilidade de cortar o serviço. "A possibilidade de
recusa no acesso ao GPS leva outras nações a desenvolver o próprio
sistema, livre do controle dos
Estados Unidos", explica.
"Em tempos de guerra, ninguém quer ter negado o acesso a um sistema deste tipo", conclui Jones.
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