Sequenciamento completo do genoma do hominídeo descoberto em 2010 foi anunciado nesta quinta-feira
Dois dentes e um pedaço de dedo do tamanho de um dedo. Isso é tudo que se sabia do chamado Homem de Denisova
, um novo hominídeo descoberto numa caverna da Sibéria em 2010. Mas um
grupo de cientistas anunciou nesta quinta-feira (30) ter conseguido
sequenciar o genoma completo a partir destes fragmentos, e confirmou que
o genoma do ser humano moderno contém genes em comum com os Denisovas, o
que comprova a miscigenação entre espécies na Pré-História.
Réplica do osso do dedo descoberto na caverna de Denisova em 2010: nova técnica para sequenciar o DNA do fragmento
O grupo liderado por Svante Paabo, do Instito
Max Planck para Antropologia Evolucionária, em Leipzig, Alemanha, criou
uma nova técnica e conseguiu fazer o sequenciamento completo do DNA a
partir dos pequenos fragmentos do fóssil, e o comparou com genomas de
seres humanos modernos de várias partes do planeta. O estudo foi
publicado na edição desta semana do periódico científico Science.
Leia mais:
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Dente encontrado na caverna de Denisova
A análise descobriu que os hominídeos (cujo
parentesco com os neandertais foi confirmado, mas não são ainda
considerados uma nova espécie) têm alguns genes em comum com o Homo
sapiens, mas a quantidade varia de acordo com o local. Os campeões são
os nativos de Papua Nova Guiné, no Pacífico, seguidos por populações na
Ásia e América do Sul. Mas o segundo grupo, de acordo com os
pesquisadores, reflete muito mais uma miscigenação entre os Denisovas e o
neandertais do que uma contribuição direta dos Denisovas.
De acordo com David Reich, professor de
genética da Universidade de Harvard que participou do estudo, o genoma
mostra que a miscigenação em Papua Nova Guiné deve ter acontecido entre
homens de Denisova e mulheres Homo sapiens
.
Pela quantidade de mutações no DNA do fóssil,
os cientistas presumem que os ossos têm entre 47 mil e 82 mil anos, o
que contrasta com a datação dos arqueólogos que encontraram os ossos na
Rússia, de 30 a 50 mil anos atrás. Seria necessário encontrar mais
fósseis que pudessem passar pelo processo de carbono 14, que confirmaria
qual das datas é a mais correta.
Apesar da riqueza de informações do genoma, não é
possível ter uma noção clara da aparência dos Denisovas a partir de seu
DNA. Os pesquisadores afirmaram que os dentes e osso pertenceram a uma
jovem mulher, de pele escura e olhos e cabelos castanhos.
O grupo de Paabo promete usar a mesma técnica para conseguir um genoma completo do neandertal para o ano que vem.
(Com informações do New York Times)
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