Centenas de lâminas foram preservadas após a morte do físico, em 1955. Estudo anterior diz que área cerebral do alemão era 15% maior que normal.
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O cérebro do físico alemão Albert Einstein pode ser "baixado" a partir
desta terça-feira (25) como um aplicativo para iPad que custa US$ 9,99
(R$ 20,23). Mas o serviço, infelizmente, não deve ajudar os usuários a
vencerem nenhuma batalha do game Angry Birds.
As imagens detalhadas do cérebro do gênio da teoria da relatividade,
que viveu até a metade do século 20 e ficou famoso por mudar as bases da
física, com novos conceitos sobre tempo e espaço, podem ser acessadas
por cientistas, professores, estudantes e qualquer outra pessoa
interessada no mundo todo.
Um museu de satélites que ainda está sendo projetado em Chicago, nos
EUA, conseguiu escanear e digitalizar 350 lâminas de microscópio
contendo fatias do cérebro de Einstein obtidas logo após a morte dele,
em 18 de abril de 1955. O alemão morreu em decorrência de um aneurisma
da artéria aorta, que se dilatou e rompeu.
O aplicativo deve possibilitar que pesquisadores e estudantes avaliem o
cérebro do excêntrico vencedor do Nobel de 1921. Também pode permitir
que se busquem partes onde os neurônios estavam mais conectados que o
normal.
Depois que o físico morreu, o patologista Thomas Harvey fez a autópsia e
preservou o cérebro, na esperança de que futuros cientistas possam
descobrir os segredos por trás desse gênio. Cada pedaço em lâmina tem
entre 2,5 cm e 7,5 cm.
Harvey cedeu amostras para pesquisadores e colaborou com um estudo de
1999 publicado na revista "Lancet". A pesquisa mostrou que, em Einstein,
uma região na parte superior do cérebro chamada lobo parietal era 15%
maior que o normal. Essa área é importante para a compreensão da
linguagem, da matemática e das relações espaciais.
Como o tecido foi guardado antes da descoberta de tecnologias modernas –
como a ressonância magnética e análises tridimensionais –, pode ser
difícil descobrir onde ficava exatamente cada pedaço do cérebro. Isso
porque o "app" da Apple organiza as partes por regiões gerais, e não
como um modelo anatômico preciso.
Agora, os pesquisadores se questionam se essa seria a vontade de
Einstein – ter seus restos mortais vendidos a R$ 20 na internet. Segundo
Jim Paglia, membro do conselho do futuro museu de Chicago, a comunidade
científica sabe que o físico não queria ter seu corpo transformado em
um "circo", mas ele também entendia e valor que seu cérebro tinha para
fins de estudo – e essa, na opinião de Paglia, é uma forma respeitosa,
que pode influenciar toda uma nova geração de neurocientistas.
A receita das vendas vai para o Museu Nacional de Saúde e Medicina, no
estado de Maryland, e para o museu de satélites de Chicago, que deve
abrir em 2015, com exposições interativas e coleções digitais.
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