As pesquisas já começaram no laboratório da Fiocruz
Foto: Paulo Renato Faber
Se o problema da dengue surge através do Aedes aegypti, a solução
também pode chegar por ele. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou
ontem que está testando mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia
para tentar erradicar a doença. A técnica vem sendo estudada na
Austrália desde 2009. No Brasil, entretanto, deve ser implementada em
2014.
— A bactéria compete com o vírus da dengue por
sobrevivência. Assim, a doença não se instala no inseto e, quando ele
pica alguém, não é capaz de contaminá-lo — explica Luciano Moreira,
pesquisador da Fiocruz e líder do projeto "Eliminar a Dengue: Desafio
Brasil".
Depois de "vacinados", os mosquitos do bem se reproduzem
rapidamente, dando origem a novos insetos portadores da bactéria. Na
pesquisa australiana, foram necessários apenas três meses para que quase
100% dos Aedes aegypti de uma comunidade com 600 casas ficassem imunes à
doença.
— A Wolbachia já é encontrada em 70% dos insetos, ou
seja, não é uma bactéria nova. Os estudos comprovam que ela não pode ser
transmitida pela picada do mosquito, ou seja, é segura — afirma Scott
O’Neil, coordenador da pesquisa na Universidade de Monash, na Austrália.
Até
2014, a Fiocruz precisa descobrir se os Aedes brasileiros têm a mesma
reação que os australianos e se a bactéria é eficaz para bloquear os
tipos de dengue que circulam no país.
— O projeto é viável técnica
e economicamente. Em um ano de epidemia, gastamos R$ 750 milhões no
combate à dengue. Será uma grande economia, se tudo der certo — garante o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas
Barbosa.
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